sábado, 27 de março de 2010

LOUIS ARMSTRONG - 25 GREATEST HOT FIVE & HOT SEVENS (1995)




Impossível falar de Jazz sem falar de Armstrong! Louis Armstrong é o próprio Jazz!

Depois de dois posts escrevendo sobre Jazz moderno, hora de voltar às raízes, e, para isso, nenhuma escolha seria melhor que Armstrong: a figura que melhor representa e personifica o estilo, que resume todas as suas características, o verdadeiro retrato de New Orleans e de toda a América negra da primeira metade do século passado!

Armstrong é reconhecidamente o músico que mais inovações trouxe ao Jazz, indo além, influenciando todo estilo musical popular a partir de seu surgimento.. Redesenhou o papel do solista nas bandas, ditou novas regras para a improvisação, recriou o vocabulário e a linguagem do trompete, ensinou o mundo a swingar... deu nova vida a canções populares as transformando em clássicos do songbook americano.. influenciou, direta ou indiretamente, qualquer cantor que a partir daí tenha se aproximado de um microfone... foi o porta-voz do Jazz ao mundo... Enfim, é, de forma praticamente unânime entre críticos e ouvintes, o maior gênio da música americana!

Sua história de vida é um verdadeiro romance, e se confunde com a própria história do Jazz...

Satchmo, ou Pops, como era chamado, nasceu em meio à violência de um dos mais pobres e violentos bairros de New Orleans, por isso chamado de Battlefield, o "Campo de Batalha"... Nascido em 4 de agosto de 1901, passou a vida acreditando que o dia de seu aniversário fosse 4 de Julho, a mesma data de comemoração da independência americana... A descoberta pelo mundo somente veio após sua morte, em 1980, quando encontrada sua certidão de batismo, que registrava a verdadeira data de nascimento de quem ali qualificava como "negro ilegítimo". Suas biografias contam a história de que sua mãe teria se lembrado que no momento do parto ouvira grandes estouros, o que reputou serem os fogos da celebração da independência. Na verdade, entretanto, nada mais eram que tiros, comuns naquela região... 

Filho de um jovem alcóolatra que frequentemente espacava a mulher, e que cedo abandonou a família, forçando a mãe de Louis, Mayann, a não raras vezes ter que recorrer à prostituição para sustentar a si e aos filhos, aos sete anos conheceria Armstrong uma família russa de judeus, os Karnovsky, que viviam da distribuição de cavão para os inúmeros cabarés de storyville, a zona boêmia de New Orleans. O carinho e o acolhimento daquela família mudaria para sempre o curso de sua vida, sendo por ele sempre gentilmente lembrada.

Embora ainda criança, dariam os Karnovsky a Louis uma pequena oportunidade de trabalho e de ganhar dinheiro, e que cedo colocaria sua vida em contato com a música. Para anunciar a passagem pelas ruas das carroças de carvão dos Karnovsky, ofereceriam a Louis uma corneta rudimentar que deveria soprar comunicando a chegada do produto... Aí começaria seu fascínio pela música. Foi também Morris Karnovsky quem posteriormente adiantaria 5 dollares para que Armstrong comprasse uma velha Corneta em Si em uma loja de artefatos, por meio da qual iniciaria o jovem Louis seus estudos musicais. Pops lembraria para sempre a generosidade da família judaica, passando, em gratidão, a usar no peito pelo resto de sua vida a estrela de David.

Era ali, no boêmio ambiente de Storyville que Armstrong cresceria, entrando em contato com os grandes mestres da primeira geração do Jazz, dentre eles Sidney Bechet e Joe Lindsay, Kid Ory, além de King Oliver, seu grande mentor e ídolo, a quem chamava carinhosamente de "Papa Joe". 

Storyville, o "distrito da luz vermelha" de New Orleans teria importância fundamental para a história do Jazz, pelo sua criação, e também pelo seu fechamento... Em 1897 decidiu o político Sidney Story (daí a referência ao nome) criar uma região especialmente voltada para a prostituição e casas de divertimento com o intuito de manter longe a prostituição da cidade de New Orleans, que passaria, naquela região, a ser legalizada.. como não poderia deixar de ser, as inúmeras casas de diversão seriam terreno fértil também para a música, tendo sido palco e elemento essencial para o surgimento e desenvolvimento do Jazz...

Após 20 anos de funcionamento, entretanto, em que pese os protestos dos governos estadual e municipal, a prostituição em Storyville foi também declarada ilegal pela Marinha Americana, obrigando os músicos, que até então tinham fartas oportunidades de emprego em suas casas boêmias, a migrar para outras regiões, em especial para Chicago... aí começaria um novo capítulo na história do Jazz... 

Mas voltando ao capítulo atual...

Na noite de ano novo de 1913, quando então possuia Louis 12 anos, enquanto caminhava pelas ruas com outros companheiros tentando conseguir alguns centavos, um deles disparou seis tiros para o alto com uma arma, como uma contribuição aos barulhos dos fogos de artifícios que cobriam os céus na noite de reveillon. Perto dali policiais ouviram os disparos, e logo abordaram Louis, que consigo tinha uma um revólver 38, que encontrara entre as coisas de sua mãe, provavelmente pertencente a um de seus "padrastros". Dali foi levado a um reformatório, "por tempo indeterminado", conforme dizia a sentença. É o que contam suas biografias mais fiéis, embora seja um dos períodos mais nebulosos de sua vida.

O destino de Louis junto à música já estava, entretanto, traçado, e todos os episódios pareciam cada vez mais leva-lo a essa direção. No reformatório seria formada uma banda de metais de 15 instrumentos, da qual satchs logo se prontificaria a fazer parte. De início, contudo, decepcionou-se ao ganhar um tambor ao invés do trompete, pelo qual já era apaixonado. Em pouco tempo, porém, foi promovido a uma trompa alta, e posteriormente ao trompete, quando o tormpetista principal deixou o reformatório. Ali Louis teria suas primeiras noções do instrumento, e logo seria nomeado líder da banda. Quando deixou o Centro, e voltou a viver com sua mãe, Mayann, o ainda jovem trompetista já tocava em parques e desfiles.

Mesmo diante dessa dura história de vida, cercada de pobreza, violência e discriminação, Louis não abandonaria, durante toda sua vida, o sorriso que mal cabia em seus lábios, tornando-se um símbolo da esperança e da bondade humana.

Em agosto de 1915 a prima de Armstrong, Flora Miles, deu à luz ao menino Clarence Armstrong, órfão de pai, e que ainda bem pequeno sofrera acidente que o deixaria doente mental por toda a vida. Com a morte prematura de Flora Miles, Armstrong, mesmo sem recursos, adotaria a criança, e trabalharia duro para que não lhe faltasse nada por toda a vida. Para sustentá-lo, conseguiria outro trabalho carregando carvão, que embora extremamente penoso, deixava suas noites livres para tocar seu instrumento.

Além de ter sido sua grande escola musical, onde pôde entrar em contato com os grandes mestres do jazz, Storyville proporcionaria a Louis também o encontro com sua primeira esposa, Daisy Parker, uma prostituta que ali trabalhava, com quem viria a se casar em 1918.

Com o "distrito" declarado ilegal, contudo, não tardaria para que o próprio Armstrong, seguisse o caminho de seus grandes mestres, também deixando New Orleans em busca de trabalho.

Desde 1917, quando King Oliver mudou-se para Chicago em busca de trabalho, Armstrong vinha tocando na famosa orquestra de Kid Ory, no lugar ali deixando por seu mentor, que o havia recomendado para que o substituisse. Após a escassez dos empregos para os músicos em New Orleans, Satchmo sairia a tocar numa jornada comum naquele contexto, em longas temporadas nos river boats, grandes embarcações que subiam o Mississipi, e, para isso, não poderiam deixar de ter diversão e música.

Após três anos assim tocando na banda de Fate Marable, de 1919 a 1921, em 1922 Armstrong finalmente chegaria a Chicago, por convite de King Oliver, indo, finalmente, integrar a orquestra de seu maior ídolo, a célebre King Oliver's Creole Jazz Band.

Lá conheceria Lillian Hardin, pianista do conjunto de Oliver, com quem se casaria em 1924, e que  teria papel fundamental na história de Satchmo, tendo sido a incentivadora a que deixasse a banda de Oliver, seu Papa Joe, para mudar-se para Nova York, a fim de integrar a orquestra de Fletcher Henderson, uma das mais importantes da história do Jazz.

Sua passagem pela orchestra de Henderson, entretanto, também seria breve, e pouco mais de um ano depois, em 1925, formaria seu próprio conjunto... É aí que entram os Hot Five e Hot Seven de Armstrong, protagonistas do review deste mês...

A trajetória do músico mereceria inúmeros posts neste blog, já que, como se vê dos poucos fatos acima relacionados de sua biografia, Armstrong esteve presente em todos os principais momentos do Jazz até a primeira metade do século.. Seja tocando em bandas de New Orleans na fase áurea de Storyville, integrando lá, dentre outras, a orquestra de Kid Ory; seja em Chicago com a Creole Jazz Band de seu mestre King Oliver, seja atuando em Nova York na célebre orquestra de Fletcher Henderson; ou mesmo em seu próprio conjunto, de enorme sucesso, Sachs viveria todos os principais capítulos da história do Jazz tradicional...

Sua carreira é, assim, comumente dividida pelos biógrafos do cantor nas seguintes fases: Os anos iniciais, de 1901 a 1925; o período dos Hot Five & Hot Seven; de 1925 a 1928; o período do sucesso como cantor pop, de 1929 a 1932; a fase do Swing nos anos 30, de 1932 a 1942; os War Years, durante a segunda grande guerra, de 1942 a 1946; a fase com seus all-stars, de 46 a 56; a Era de Ouro, de 1956 a 1963; e a fase que costuma ser denominar como o seu "crepúsculo", que fecha a carreira do artista, até o ano de seu falecimento, em 1971...

Assim, embora este review fique focado no período de seus hots, certamente outros álbuns do gênio figurarão, por justiça, neste blog, quando, oportunamente, será falado das outras fases...

A bem da verdade, para ser justo com Armstrong, e aos leitores, o mais correto seria trazer ao Blog não esta pequena coletânea de 25 sucessos dos Hot, mas sim o Box com 4 albuns lançado pela Sony compilando toda a produção dos conjuntos... estas são consideradas as mais importantes gravações da história do Jazz!

Embora aglutinadas todas sob o nome dos Hot Five e Hot Seven, a grande verdade é que as gravações foram obra de formações variadas, algumas lançadas sob o nome dos Hot Five, ou dos Hot Seven, outras sob o nome da Louis Armstrong Orchestra, Louis Armstrong And His Savoy Ballroom Five, Louis Armstrong and His Stompers, entre outros, tendo por elas passado diversos músicos nos seus apenas 3 anos de existência, fazendo parte dos Hot Five os seguintes: May Alix, Clarence Babcock, Butterbeans, Suzie Edward, Mancy Carr, Hy Clark, Johnny Dodds, Lonnie Johnsn, Earl Hines, Kid Ory, Fred Robinson, Zutty Singleton, Johnny St. Cyr, Jimmy Strong, além do próprio Armstrong e sua então esposa Lil Hardin-Armstrong... A mais famosa formação, entretanto, seria aquela com Kid Ory no trombone, Johnny Dodds na clarineta, Johnny St. Cyr no banjo, a pianista Lil Armstrong, além de Louis Armstrong na liderança.

Já os Hot Seven teriam uma formação mais sólida, deles fazendo parte Lil Hardn, Pete Briggs, Baby Dodds, Johnny Dodds, Earl Hines, Johnny St. Cyr, e John Thomas.

A presente compilação reune os seguintes clássicos:

1 - Heebie Jeebies;
2 - Cornet Chop Suey;
3 - Muskrat Ramble;
4 - Jazz Lips;
5 - Skid-Dat-De-Dat;
6 - Big Butter Egg Man;
7 - Willie The Weeper;
8 - Wild Man Blues;
9 - Alligator Crawl;
10 - Potato Head Blues;
11 - Melancholy Blues;
12 - Weary Blues;
13 - Struttin' With Some Barbecue;
14 - Once In A While;
15 - I'm Not Rough;
16 - Hotter Than That;
17 - Savoy Blues;
18 - Skip The Gutter;
19 - West End Blues;
20 - Basin Street Blues;
21 - Beau Koo Jack;
22 - Weather Bird;
23 - Muggles;
24 - St. James Infirmary;
25 - Tight Like This;

As faixas, que sairam pelo selo Okeh em 56 discos com em média 2 ou 3 faixas cada, foram  todas registradas no estúdio da própria gravadora em Chicago. Das que compõem a coletânea ora revisada, as seis primeiras foram gravadas pelos Hot Five. Na sequência, da sétima à décima segunda, entram em ação os Hot Seven. Daí até a 19ª faixa, tem-se novamente gravações dos Hot Five. A faixa seguinte, uma gravação do clássico Basin Street Blues, foi atribuída a Louis Armstrong and his Orchestra. Já a próxima canção, Beau Koo Jack, assim como a 24ª, St. Jame's Infirmary, e a faixa saideira, Tight Like This, sairam sob o crédito de Louis Armstrong And His Savoy Ballroom Five, que tinha, na verdade, um sexteto, além do líder. Entre estas, contudo, há, como 22ª faixa, uma versão em dueto entre Armstrong e Earl Hines no piano para Weather Bird. Na sequência desta, a 23a música, Muggles, é também obra da Louis Armstrong Orchestra.

A canção inicial, Heebie Jeebies, (http://www.youtube.com/watch?v=ksmGt2U-xTE) é um marco para a história do Jazz... Nela Armstrong inaugura um recurso que posteriormente ganharia grande popularidade no meio jazzístico... Conta o próprio Armstrong, em uma história que se tornaria lendária, que durante as gravações, enquanto cantava os versos da canção, caiu ao chão o papel com as letras, forçando-o a simplesmente vocalizar sílabas com a melodia da música... Não havia tempo nem dinheiro para repetir a gravação... surgia aí o Scat Singing, que faria parte de toda sua carreira, e de grandes outros cantores de Jazz, como Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan, para citar apenas duas... (Apesar, contudo, de sempre creditado a Armstrong o nascimento do scat, a verdade é que há registros anteriores dessa forma de cantar por outros músicos. Não obstante, permanece o trompetista como o pai formal da técnica... Enfim... é uma polêmica que esse blog não vai solucionar!).

As faixas seguintes dos Hot Five mostram, além do entrosamento da banda, a grande estrela de Louis como solista, que, esbanjando expressão, colocava-se naturalmente no centro do conjunto como protagonista, inovação que seria a grande contribuição do músico ao Jazz, desenho este que os conjuntos seguintes manteriam até os dias de hoje, redefinindo o jazz como a arte focada na individualidade dos músicos.

Cornet Chop Suey (http://www.youtube.com/watch?v=--xy6nxea2A), Muskrat Ramble (http://www.youtube.com/watch?v=ch0DWA30PiE), Jazz Lips (http://www.youtube.com/watch?v=-_SfbYhcZss), Skid-Dat-De-Dat (http://www.youtube.com/watch?v=kUEyWk60ldo) e Big Butter Egg Man (http://www.youtube.com/watch?v=i41z0wAR_pQ) são típicas canções no estilo New Orleans, além de exemplo perfeito de como o Jazz se constitui como um verdadeiro diálogo musical. A interação de cada instrumento, com brakes e retornos coletivos, com o cruzamento das melodias, com suas passagens em uníssono, além da levada swingada que ditavam o rítmo do início do século, ficam claros nestas canções, sendo a verdadeira referência em disco desse estilo que se consolidou dentro do Jazz.

Dentre estas, vale destacar Skid-Dat-De-Dat, que, numa levada melancólica, traz belas frases do trombone e clarinete, além, naturalmente, do próprio trompete, um show a parte de Armstrong. Mais uma vez o scat tem lugar, a estas alturas já uma marca do cantor.

As canções com os Hot Seven se iniciam com Willie The Weeper (http://www.youtube.com/watch?v=9xy-4RWtzhE), e em seguida o clássico que dispensa comentários, Wild Man Blues (http://www.youtube.com/watch?v=4M21EgpyHgc), cuja autoria é às vezes atribuída a Armstrong, às vezes a Jelly Roll Morton, embora possivelmente perteça a este último.

Depois destas vêm Alligator Crawl (http://www.youtube.com/watch?v=fE1mCHc2MAw), que tem belos solos de clarinete e de trompete, que em longo trecho parece dialogar com ele mesmo; Potato Head Blues (http://www.youtube.com/watch?v=EfGZB78R7uw), Melancholy Blues, uma bela canção dos músicos M. Bloom e Walter Melrose, além do clássico Weary Blues (http://www.youtube.com/watch?v=oqFRrWr8U3s), facilmente reconhecível como uma das grandes pinturas do Jazz de New Orleans, valendo destacar os riffs criados pelo clarinete na metade da canção.

De volta aos Hot Five, tem-se Struttin' With Some Barbecue (http://www.youtube.com/watch?v=NxGruxZVavM), composição da esposa de Armstrong, Lil, com letras (não nesta versão dos Hot) de Don Ayle;  e Once In A While (http://www.youtube.com/watch?v=W63YV0SPMgw), com sua levada tipicamente ragtime ao piano... Depois desta, vêm Hotter Than That (http://www.youtube.com/watch?v=yQ-8LuHbcHA), a clássica Savoy Blues (http://www.youtube.com/watch?v=jntaHRH8kgY), Skip The Gutter (http://www.youtube.com/watch?v=7dk2kzDMHug), e West End Blues (http://www.youtube.com/watch?v=NmmFKu4FEbc), a mais importante canção gravada pelo artista, a qual tornou-se um paradigma para as futuras gerações de instrumentistas.

Basin Street Blues (http://www.youtube.com/watch?v=zQBjD06a6l8) merece comentários a parte... trata-se de uma típica canção ao estilo de Dixieland (o termo dixieland é usado em várias acepções, e por isto tenho evitado usá-la até que tenha espaço para esclarecê-la, o que ocorrerá em posts futuros... mas aqui está usado no sentido do Jazz tradicional dos primeiros tempos em New Orleans...). É de autoria de Spencer Williams, composta em 1926, tendo ganhado fama inicialmente justamente com esta gravação de Armstrong... É umas das mais famosas canções do songbook jazzístico, tendo sido posteriormente imortalizada novamente por Armstrong em uma versão com letras, que foram incluídas por Glenn Miller e Jack Teagarden, este último que seria um dos maiores parceiro de Armstrong em anos seguintes com seus All Stars... Basin Street é mais uma referência aos gloriosos anos do Jazz em Storyville, tendo sido uma de suas mais agitadas ruas... Vale a pena conferir a mais famosa versão da canção: (http://www.youtube.com/watch?v=6GuDExkBmnU).

A sequência do disco tem Beau Koo Jack, e Weather Bird, esta última composição de seu mestre King Oliver, em que faz um belo dueto com o piano de Earl Hines, que seria uma das figuras mais importantes a tocar ao lado do trompetista, e uma de suas mais importantes influências... Críticos costumam dizer que Hines estivera sempre pelo menos 10 anos à frente dos músicos de sua geração...

Após estas, fecham o disco  Muggles (http://www.youtube.com/watch?v=qY6Yo6lE-Jg), St. James Infirmary (http://www.youtube.com/watch?v=fvr7nkd_IJM) e Tight Like This (http://www.youtube.com/watch?v=LUarPWNVxnA), com seu dramático solo.

Como dito antes, o álbum é só um aperitivo pra quem se encanta pelo Jazz de New Orleans, sendo indicada a coleção completa dos Hot, com seus 4 álbuns.. A coleção completa é imprescindível, principalmente se verificado que à coletânea de 25 músicas aqui indicada faltam clássicos absolutos, como Put 'Em Down Blues e I Can't Give You Anything But Love.

Além destas, fica desde já a indicação dos discos Harlem Stomp e Louis Armstrong Plays W.C. Handy, bem como discos de suas outras fases, em especial junto aos seus All Stars, que certamente estarão brevemente no blog...

Fecho o post deste mês ressaltando a importância de Armstrong para o Jazz, que muitas vezes é visto apenas como o cantor pop de What a Wonderful World... Louis foi o mais inovador músico de sua época e o grande gênio que ditou os caminhos do Jazz até meados da década de 40, merecendo de qualquer apreciador do estilo uma oitiva completa de sua obra!!

É isso! Mês que vem tem mais, desta vez falando do maior compositor da música americana.. Vem aí o Duque!

Abraços!

Venâncio Vilella